“Disse também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; mas Eu roguei por ti para que a tua fé não desfaleça. E tu, quando te converteres, confirma teus irmãos” (Lucas 22:31 e 32).
“Pedro recebeu seu chamado para agir como um subpastor depois de se submeter à renúncia própria e de confiar completamente no poder divino. [...] Só depois de ter compreendido a própria fraqueza é que ele pôde entender a necessidade que o crente tem da dependência de Cristo.” — Atos dos apóstolos, p. 515.
Estudo adicional: O Desejado de Todas as Nações, pp. 244-251 (capítulo 25: “O chamado à beira-mar”).
Domingo 31 de março - 1. ATENDENDO AO CHAMADO DE CRISTO
1A) Descreva o primeiro encontro de Simão Pedro com Jesus. João 1:40-42.
Jo 1:40-42 — Era André, irmão de Simão Pedro, um dos dois que ouviram aquilo de João, e o haviam seguido. 41 Este achou primeiro a seu irmão Simão, e disse-lhe: Achamos o Messias (que, traduzido, é o Cristo). 42 E levou-o a Jesus. E, olhando Jesus para ele, disse: Tu és Simão, filho de Jonas; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro).
“André tentou exprimir a alegria que encheu seu coração. Indo em busca de seu irmão Simão, ele exclamou: ‘Encontramos o Messias’. Simão não esperou um segundo convite. Ele também tinha ouvido a pregação de João Batista e se apressou para encontrar o Salvador. Assim que o olhar de Cristo se fixou nele, leu seu caráter e sua história de vida. Sua natureza impulsiva, seu coração amoroso e compassivo, sua ambição e autoconfiança, a história de sua queda, de seu arrependimento, os seus esforços e sua morte de mártir — o Salvador leu tudo isso.” — O Desejado de Todas as Nações, p. 139.
1B) Em que circunstâncias Jesus convocou oficialmente a Pedro e a seu irmão para se tornarem Seus discípulos? Mateus 4:18-20.
Mt 4:18-20 — E Jesus, andando junto ao mar da Galileia, viu a dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores; 19 E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. 20 Então eles, deixando logo as redes, seguiram-no.
“A pronta e inquestionável obediência desses homens, sem promessa de salário, parece notável. No entanto, as palavras de Cristo eram um convite que trazia em si mesmo um poder irresistível. Cristo faria desses humildes pescadores, com a condição de estarem unidos a Ele, os meios para tirar as pessoas do serviço de Satanás e colocá-las a serviço de Deus.” — Obreiros evangélicos, p. 24.
Segunda-feira 1º de abril - 2. UM DISCÍPULO SINCERO E ZELOSO
2A) Como Pedro via a si mesmo no início de seu discipulado? Lucas 5:8.
Lc 5:8 — E vendo isto Simão Pedro, prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, ausenta-te de mim, que sou um homem pecador.
“Nos dias de Cristo, os líderes religiosos do povo julgavam-se ricos em tesouros espirituais. A oração do fariseu, ‘Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens’ (Lucas 18:11), expressava o sentimento de sua classe e, em grande parte, de toda a nação. No entanto, entre a multidão que cercava Jesus havia alguns que estavam conscientes da própria pobreza espiritual. No milagre da pesca abundante, quando o poder divino de Cristo se revelou, Pedro caiu aos pés do Salvador, exclamando: ‘Senhor, ausenta-Te de mim, que sou um homem pecador’ (Lucas 5:8). Assim, na multidão reunida no monte havia almas que, na presença de Sua pureza, sentiam-se ‘infelizes, miseráveis, pobres, cegos e nus’ (Apocalipse 3:17).” — O maior discurso de Cristo, pp. 6 e 7.
2B) No que Pedro acreditava em relação a quem Jesus era? Mateus 16:13-16.
Mt 16:13-16 — E, chegando Jesus às partes de Cesareia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem? 14 E eles disseram: Uns, João o Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias, ou um dos profetas. 15 Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou? 16 E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.
“Desde o início, Pedro acreditava que Jesus era o Messias. Muitos outros que haviam sido convencidos pela pregação de João Batista e tinham aceitado a Cristo, começaram a duvidar da missão do Batista quando ele foi preso e morto. Como resultado, também duvidaram de que Jesus fosse o Messias. [...] Muitos dos discípulos que esperavam ardentemente que Jesus tomasse Seu lugar no trono de Davi O abandonaram quando perceberam que Ele não tinha essa intenção. Todavia, Pedro e seus companheiros não deixaram de ser leais. A conduta vacilante daqueles que ontem elogiavam e hoje condenam não destruiu a fé deste verdadeiro seguidor do Salvador. Pedro declarou: ‘Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo’. Ele não esperou por honras reais para coroar seu Senhor, mas O aceitou em Sua humilhação [...].
“Jesus respondeu a Pedro, dizendo: ‘Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue quem te revelou, mas Meu Pai que está nos Céus’.
“A verdade que Pedro confessou é o próprio fundamento da fé do crente. É aquilo que Cristo declarou ser a vida eterna. Entretanto, a posse desse conhecimento não era motivo para exaltação. Nenhuma sabedoria nem qualquer bondade própria de Pedro é que motivaram o Salvador a lhe revelar isso. A humanidade nunca pode, sem auxílio, alcançar o conhecimento do divino. [...] Somente o espírito de adoção pode nos revelar as verdades profundas de Deus. [...] O fato de Pedro discernir a glória de Cristo era uma evidência de que ele havia sido ‘ensinado por Deus’.” — O Desejado de Todas as Nações, pp. 411 e 412.
Terça-feira 2 de abril - 3. ANSIOSO POR RESPOSTAS
3A) Que exemplos bíblicos não apenas revelam que Pedro tinha uma mente investigativa, mas também demonstram como podemos crescer desenvolvendo a mesma atitude? Mateus 15:15; Mateus 18:21; Mateus 19:27; Marcos 13:3 e 4.
Mt 15:15 — E Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: Explica-nos essa parábola.
Mt 18:21 — Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?
Mt 19:27 — Então Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: Eis que nós deixamos tudo, e te seguimos; que receberemos?
Mc 13:3 e 4 — E, assentando-se ele no Monte das Oliveiras, defronte do templo, Pedro, e Tiago, e João e André lhe perguntaram em particular: 4 Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá quando todas elas estiverem para se cumprir.
“Nenhum outro estudo elevará tanto cada pensamento, sentimento e aspiração como o estudo das Escrituras. [...] Aqui aprendemos a como melhorar a vida presente e a como garantir a vida futura. Nenhum outro livro pode satisfazer os questionamentos da mente e o desejo do coração. Ao obter um conhecimento da Palavra de Deus e prestar atenção a ela, as pessoas podem se erguer das piores profundezas da ignorância e degradação para se tornarem filhas de Deus [...].
“Como uma influência educadora, a Bíblia não tem rival. Nada dará tanto vigor a todas as faculdades como exigir dos estudantes que compreendam as grandiosas verdades da revelação. A mente se adapta pouco a pouco aos temas nos quais se concentra. Caso se ocupe apenas com assuntos comuns, sem envolver temas grandiosos e elevados, ela ficará atrofiada e fraca. Se nunca exigirem que ela enfrente problemas difíceis nem a desafiem a compreender verdades importantes, com o tempo ela quase perderá o poder de crescimento [...].
“Na Palavra de Deus, a mente encontra assunto para a reflexão mais profunda, para a aspiração mais elevada.” — Testemunhos para a igreja, vol. 5, pp. 24 e 25.
“Os mais curiosos podem aprender com segurança na escola de Cristo aquilo que se mostrará benéfico tanto no presente quanto na eternidade.” — An Appeal to Mothers, p. 32.
3B) Embora a busca por conhecimento em assuntos espirituais seja incentivada (João 5:39), quando a investigação e a curiosidade humana saudável têm um limite? Deuteronômio 29:29.
Jo 5:39 — Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam.
Dt 29:29 — As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei.
“[Satanás] está constantemente tentando despertar um anseio inapropriado, um desejo inquieto e curioso de penetrar nos segredos da sabedoria e do poder divinos. Em seus esforços para descobrir o que Deus Se agradou em ocultar, muitas pessoas ignoram as verdades que Ele revelou e que são essenciais para a salvação.” — Patriarcas e profetas, pp. 54 e 55.
“Não devemos tentar erguer com mãos presunçosas a cortina atrás da qual Deus esconde Sua majestade. [...] É uma prova de Sua misericórdia que exista o ocultamento de Seu poder, que Ele Se envolva nas nuvens terríveis do mistério e da escuridão, pois levantar a cortina que esconde a presença divina resulta em morte certa.” — The Review and Herald, 7 de abril de 1885.
Quarta-feira 3 de abril - 4. POUCA FÉ E MUITA AUTOCONFIANÇA
4A) O que devemos aprender com o registro da primeira experiência de Pedro de andar pela fé? Mateus 14:28-31.
Mt 14:28-31 — E respondeu-lhe Pedro, e disse: Senhor, se és tu, manda-me ir ter contigo por cima das águas. 29 E ele disse: Vem. E Pedro, descendo do barco, andou sobre as águas para ir ter com Jesus. 30 Mas, sentindo o vento forte, teve medo; e, começando a ir para o fundo, clamou, dizendo: Senhor, salva-me! 31 E logo Jesus, estendendo a mão, segurou-o, e disse-lhe: Homem de pouca fé, por que duvidaste?
“[Pedro] deveria ter mantido o olhar fixo em Jesus, mas contemplou as ondas agitadas, e sua fé fracassou.” — Testemunhos para a igreja, vol. 2, p. 273.
“A menos que o propósito de vida do pecador seja contemplar o exaltado Salvador e aceitar pela fé os méritos que é seu privilégio reivindicar, ele não pode ser salvo, assim como Pedro não conseguiu andar sobre a água antes de manter o olhar fixo em Jesus. O objetivo determinado de Satanás hoje é ocultar Jesus e levar as pessoas a buscarem o apoio humano. [...] Por anos, a igreja tem olhado para a humanidade e esperado muito da humanidade, mas não tem olhado para Jesus, em quem nossas esperanças de vida eterna se concentram.” — Testemunhos para ministros, p. 93.
4B) Embora Pedro passasse cada vez mais tempo com Jesus, por que ele exagerava ao se autoavaliar e exaltava sua própria capacidade de resistir a uma grande tentação? Mateus 26:33-35, 69-75.
Mt 26:33-35, 69-75 — Mas Pedro, respondendo, disse-lhe: Ainda que todos se escandalizem em ti, eu nunca me escandalizarei. 34 Disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, três vezes me negarás. 35 Disse-lhe Pedro: Ainda que me seja mister morrer contigo, não te negarei. E todos os discípulos disseram o mesmo. [...] 69 Ora, Pedro estava assentado fora, no pátio; e, aproximando-se dele uma criada, disse: Tu também estavas com Jesus, o galileu. 70 Mas ele negou diante de todos, dizendo: Não sei o que dizes. 71 E, saindo para o vestíbulo, outra criada o viu, e disse aos que ali estavam: Este também estava com Jesus, o Nazareno. 72 E ele negou outra vez com juramento: Não conheço tal homem. 73 E, daí a pouco, aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: Verdadeiramente também tu és deles, pois a tua fala te denuncia. 74 Então começou ele a praguejar e a jurar, dizendo: Não conheço esse homem. E imediatamente o galo cantou. 75 E lembrou-se Pedro das palavras de Jesus, que lhe dissera: Antes que o galo cante, três vezes me negarás. E, saindo dali, chorou amargamente.
“Não há nada mais ofensivo a Deus ou mais perigoso para a alma humana quanto o orgulho e a autossuficiência. De todos os pecados, é o que menos desperta esperança, o mais incurável.” — Parábolas de Jesus, p. 154.
“A história de nenhum dos discípulos ilustra melhor o método de treinamento de Cristo do que a de Pedro. Ousado, agressivo e autoconfiante, rápido para perceber e pronto para agir, veloz na retaliação, mas, por outro lado, generoso em perdoar, Pedro muitas vezes errou e com frequência recebeu reprovação. [...] Pacientemente, com amor criterioso, o Salvador lidou com Seu discípulo impulsivo buscando conter sua autoconfiança ao mesmo tempo em que lhe ensinava humildade, obediência e fé.
“Mas Pedro aprendeu apenas em parte a lição. A autoconfiança não se desarraigou [...].
“A experiência de Pedro deixou uma lição para todos os discípulos. Para quem confia demais em si mesmo, a provação é uma derrota. Cristo não pôde impedir o inevitável desenvolvimento do mal que o discípulo ainda não tinha abandonado. Mas assim como Sua mão havia se estendido para salvar quando as ondas estavam prestes a engolir Pedro, Seu amor se estendeu para resgatá-lo quando as águas profundas lhe cobriram a alma.” — Educação, pp. 88 e 89.
4C) Por que muitos anos de membresia na igreja não garantem uma fé mais forte? Romanos 11:20-22; 1 Coríntios 10:12; 1 Coríntios 8:2.
Rm 11:20-22 — Está bem; pela sua incredulidade foram quebrados, e tu estás em pé pela fé. Então não te ensoberbeças, mas teme. 21 Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, teme que não te poupe a ti também. 22 Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas para contigo, benignidade, se permaneceres na sua benignidade; de outra maneira também tu serás cortado.
1Co 10:12 — Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia.
1Co 8:2 — E, se alguém cuida saber alguma coisa, ainda não sabe como convém saber.
Quinta-feira 4 de abril - 5. UM APÓSTOLO CONVERTIDO
5A) Por que Deus nem sempre nos impede de seguir nosso próprio caminho, sabendo que isso pode nos levar ao pecado e à vergonha? Isaías 48:17; Lucas 22:31 e 32.
Is 48:17 — Assim diz o Senhor, O teu Redentor, o Santo de Israel: Eu sou o Senhor teu Deus, que te ensina o que é útil, e te guia pelo caminho em que deves andar.
Lc 22:31 e 32 — Disse também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; 32 Mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos.
“Cristo havia dito a Pedro, antes que o discípulo O negasse: ‘Quando te converteres, fortalece teus irmãos’ (Lucas 22:32). Essas palavras indicavam a obra ampla e eficaz que esse apóstolo posteriormente faria em favor daqueles que viessem para a fé. A própria experiência de pecado, sofrimento e arrependimento de Pedro o prepararam para essa obra. Só depois de ter compreendido a própria fraqueza é que ele pôde entender a necessidade que o crente tem da dependência de Cristo. [...] Agora, convertido e aceito, [...] Ele deveria lidar com as ovelhas e cordeiros que o Salvador confiou aos seus cuidados com a mesma ternura com que Cristo havia lidado com ele.” — Atos dos apóstolos, pp. 515 e 516.
5B) Em seus últimos anos, que encorajamento o convertido Pedro deu em suas cartas aos crentes sob provação? 1 Pedro 3:14; 1 Pedro 4:12-14.
1Pe 3:14 — Mas também, se padecerdes por amor da justiça, sois bem-aventurados. E não temais com medo deles, nem vos turbeis.
1Pe 4:12-12 — Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse; 13 Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis. 14 Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus; quanto a eles, é ele, sim, blasfemado, mas quanto a vós, é glorificado.
“O texto dessas cartas traz a marca de ter sido escrito por alguém a quem os sofrimentos de Cristo e Seu consolo haviam inundado; alguém cujo ser inteiro a graça havia transformado e cuja esperança de vida eterna era firme e inabalável.” — Ibidem, p. 517.
Sexta-feira 5 de abril - PARA VOCÊ REFLETIR
1. Quando ouço a voz de Jesus chamando em várias circunstâncias da vida, como posso responder com o mesmo zelo e prontidão de Pedro?
2. À medida que os anos da minha profissão de fé cristã se prolongam, o que, em hipótese alguma, nunca devo esquecer?
3. Nesta era atual repleta de distrações constantes, para onde devo direcionar minha busca natural por conhecimento se estou realmente comprometido em ser salvo para a eternidade?
4. Em que aspectos da vida posso estar em perigo de confiar demais em mim mesmo e de ser autossuficiente?
5. Como posso extrair lições positivas da experiência de cometer erros?