LIÇÃO 2

A crise na Galileia

2º trimestre de 2025
Sábado, 12 de Abril de 2025
“Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o Seu sangue, não tereis vida em vós mesmos” (João 6:53).
“A única fé vital é aquela que recebe e assimila a verdade até que ela se torne parte do ser e a força motriz da vida e das ações.” — Testemunhos para a igreja, vol. 5, p. 576.
Estudo adicional: Testemunhos para a igreja, vol. 5, pp. 573-580.

1. HÁ VIDA NA CARNE E NO SANGUE DE CRISTO | Domingo, 6 de abril
1A) Que efeito as palavras de Cristo tiveram sobre os líderes religiosos? João 6:52. O que Ele explicou sobre Sua carne e Seu sangue? João 6:53-55.
Jo 6:52 — Disputavam, pois, os judeus entre si, dizendo: Como nos pode dar este a sua carne a comer?
Jo 6:53-55 — Jesus, pois, lhes disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. 54 Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. 55 Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida.

“Então os rabinos exclamaram com raiva: ‘Como este homem pode nos dar Sua carne para comer?’ Eles fingiram entender Suas palavras no mesmo sentido literal de Nicodemos, quando perguntou: ‘Como pode um homem nascer, sendo velho?’ (João 3:4). Até certo ponto, eles compreenderam o significado das palavras de Jesus, mas não estavam dispostos a admiti-lo. Ao deturparem Suas palavras, esperavam influenciar o povo contra Ele.” — O Desejado de Todas as Nações, p. 389.

1B) O que realmente significa comer a carne e beber o sangue do Filho de Deus? João 6:56 e 57; 1 João 3:24; 1 João 5:12.
Jo 6:56 e 57 — Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. 57 Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta, também viverá por mim.
1Jo 3:24 — E aquele que guarda os seus mandamentos nele está, e ele nele. E nisto conhecemos que ele está em nós, pelo Espírito que nos tem dado.
1Jo 5:12 — Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida.

“Comer a carne e beber o sangue de Cristo é o mesmo que recebê-lO como Salvador pessoal, crendo que Ele perdoa nossos pecados e nos torna completos nEle. É contemplando-Lhe o amor, permanecendo nEle, absorvendo-O, que devemos nos tornar participantes de Sua natureza. Cristo deve ser para a alma o mesmo que o alimento é para o corpo.” — Ibidem, p. 389.

2. A PALAVRA DE DEUS | Segunda-feira, 7 de abril
2A) Que explicação adicional de Jesus esclareceu muito o significado de Suas palavras? João 6:63.
Jo 6:63 — O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos digo são espírito e vida.

“A comida não pode nos beneficiar a menos que a comamos, a menos que ela se torne parte de nosso ser. Portanto, Cristo não tem valor para nós se não O conhecermos como Salvador pessoal. Um conhecimento teórico não nos ajudará. Devemos nos alimentar dEle, recebendo-O no coração, para que Sua vida se torne nossa. Devemos assimilar Seu amor e graça.” — O Desejado de Todas as Nações, p. 389.
“A vida de Cristo, que dá vida ao mundo, está em Sua Palavra. Era por Sua Palavra que Jesus curava doenças e expulsava demônios; pela Palavra acalmava o mar e ressuscitava mortos; e o povo dava testemunho de que a Palavra dEle tinha poder. Ele proferia a Palavra de Deus, como havia feito mediante cada profeta e mestre do Antigo Testamento. Toda a Bíblia é uma manifestação de Cristo, e o Salvador desejava firmar a fé de Seus seguidores na Palavra. Quando Sua presença visível se afastasse, a Palavra devia ser a fonte do poder deles. Como seu Mestre, eles deveriam viver ‘de toda palavra que procede da boca de Deus’ (Mateus 4:4).
“Da mesma forma que a comida sustenta nossa vida física, a Palavra de Deus mantém nossa vida espiritual. E toda alma deve receber vida da Palavra de Deus por si mesma. Devemos receber a Palavra por nosso próprio esforço, assim como usamos as mãos e a boca para nos alimentar e receber nutrição. Não conseguiremos nos beneficiar dela pela mente de outra pessoa. Devemos estudar com atenção a Bíblia, pedindo a Deus o auxílio do Espírito Santo para que possamos entender a Palavra. Devemos meditar num versículo e concentrar a mente na tarefa de examinar o pensamento que Deus colocou nele para nós. Devemos nos demorar nesse trecho da Escritura até que se torne nosso; até que saibamos ‘o que diz o Senhor’.” — Ibidem, p. 390.

2B) Como o profeta Jeremias descreve essa experiência? Jeremias 15:16.
Jr 15:16 — Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos.

“Se tomarmos a Deus em Sua Palavra, veremos Sua salvação. [...] Devemos receber a Palavra de Deus. Devemos comer a Palavra, viver a Palavra, pois ela é a carne e o sangue do Filho de Deus. Devemos comer da Sua carne e beber do Seu sangue; ou seja, receber pela fé Seus atributos espirituais.” — Testemunhos para a igreja, vol. 6, pp. 51 e 52.

3. CRISE NA JOVEM IGREJA | Terça-feira, 8 de abril
3A) Que crise as palavras de Cristo provocaram entre Seus próprios discípulos? Como esse evento serve de alerta para nós hoje? João 6:60, 61, 65 e 66.
Jo 6:60, 61, 65 e 66 — Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isto, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir? 61 Sabendo, pois, Jesus em si mesmo que os seus discípulos murmuravam disto, disse-lhes: Isto escandaliza-vos? [...] 65 E dizia: Por isso eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lhe for concedido. 66 Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com ele.

“A prova foi grande demais. O entusiasmo daqueles que haviam tentado fazê-lO rei à força esfriou. Afirmaram que o discurso que Ele fez na sinagoga lhes abriu os olhos. Agora estavam desenganados. Do ponto de vista deles, as palavras de Jesus eram uma confissão direta de que Ele não era o Messias e de que não haveria qualquer recompensa terrena para quem O seguisse. Aceitaram Seu poder de realizar milagres, ansiosos para serem libertos de doenças e sofrimentos, mas se recusaram a aceitar Sua vida de abnegação. Não tinham interesse no misterioso reino espiritual sobre o qual Ele falava. Os insinceros e egoístas, que O haviam procurado, perderam o interesse nEle. Se Jesus não usaria Seu poder e influência para libertá-los do domínio romano, eles não teriam nada que ver com Ele.
“Suas palavras cheias de verdade estavam separando o trigo do joio. Muitos se afastaram de Jesus porque eram vaidosos e hipócritas demais para aceitarem a repreensão, e amavam o mundo tão intensamente que rejeitaram uma vida de humildade. Ainda hoje, muita gente faz o mesmo. As pessoas enfrentam um teste agora, do mesmo modo como aqueles discípulos na sinagoga de Cafarnaum enfrentaram. Quando a verdade alcança o coração, percebem que a própria vida está longe da vontade de Deus. Reconhecem que precisam de uma mudança completa, mas não querem aceitar a obra de renúncia própria. Por isso, ficam irritadas quando seus pecados vêm à tona. Assim como os discípulos deixaram Jesus, elas também se afastam, ofendidas, murmurando: ‘Duro é este discurso; quem o pode ouvir?’” — O Desejado de Todas as Nações, pp. 391 e 392.

3B) Depois que aqueles discípulos O abandonaram, o que Cristo perguntou aos doze? João 6:67. Como podemos repetir hoje a sábia resposta de Pedro? João 6:68 e 69.
Jo 6:67 — Então disse Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos?
Jo 6:68 e 69 — Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. 69 E nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho do Deus vivente.

“Por meio de boas e más notícias, das trevas, de toda a oposição das forças de Satanás, o Sol da Justiça continua brilhando serenamente, revelando o mal, reprimindo o pecado e renovando a alma dos humildes e contritos. ‘Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna’.” — Testemunhos para ministros, p. 285.

4. DE DISCÍPULOS A INIMIGOS DECLARADOS | Quarta-feira, 9 de abril
4A) De modo geral, o que podemos dizer sobre aqueles que se afastam de Cristo? 1 João 2:19. Que posição decepcionante os discípulos descontentes adotaram?
1Jo 2:19 — Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós.

“Quando aqueles discípulos descontentes se afastaram de Cristo, outra atitude tomou conta deles. Já não viam nada de atrativo nAquele que antes haviam achado tão interessante. Agora buscavam os inimigos de Cristo, pois estavam em harmonia com a mentalidade e a obra deles. Deturparam as palavras de Jesus, falsificaram Suas declarações e questionaram Seus motivos. Insistiram nessa postura reunindo qualquer detalhe que pudessem usar contra Ele. Como resultado, esses falsos relatos provocaram tanta indignação que a vida de Jesus ficou em perigo.” — O Desejado de Todas as Nações, pp. 392 e 393.

4B) O que acontece com os ouvintes de mente carnal? Romanos 16:17 e 18.
Rm 16:17 e 18 — E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles. 18 Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simples.

“Elogios e bajulação seriam agradáveis [...], mas a verdade não é bem-vinda; eles não conseguem ouvi-la. Quando as multidões O seguem, os famintos recebem alimento e os gritos de triunfo ecoam, suas vozes também se elevam em louvor. Contudo, quando o Espírito de Deus os confronta, revelando pecados e insistindo para que abandonem o mal, viram as costas para a verdade e deixam de andar com Jesus.” — Ibidem, p. 392.

4C) Além daqueles que abandonaram Jesus, quem mais uniu seu coração aos inimigos do Mestre? E como essa lealdade dividida se manifestou depois? João 6:70 e 71.
Jo 6:70 e 71 — Respondeu-lhe Jesus: Não vos escolhi a vós os doze? e um de vós é um diabo. 71 E isto dizia ele de Judas Iscariotes, filho de Simão; porque este o havia de entregar, sendo um dos doze.

“O discurso de Cristo na sinagoga sobre o pão da vida foi o ponto de virada na história de Judas. [...] Ele percebeu que Cristo oferecia bens espirituais e não vantagens materiais. Considerando-se um homem de visão, sentiu-se capaz de prever que Jesus não receberia honra alguma e não poderia conceder posições elevadas aos Seus seguidores. Por isso, decidiu não se comprometer tão intimamente com Cristo a ponto de não poder se afastar depois. Ele ficaria atento. E assim o fez.
“A partir desse momento, Judas passou a expressar dúvidas que confundiam os discípulos. Introduziu controvérsias e ideias enganosas, repetindo os argumentos dos escribas e fariseus contra as afirmações de Cristo. Todos os problemas, grandes e pequenos, as dificuldades e os aparentes obstáculos ao avanço do evangelho, Judas interpretava como evidências contra a credibilidade da mensagem.” — Ibidem, p. 719.

5. IDENTIFICANDO O TRAIDOR | Quinta-feira, 10 de abril
5A) Descreva a tendência que Judas passou a adotar. João 12:4-6; Provérbios 3:32.
Jo 12:4-6 — Então, um dos seus discípulos, Judas Iscariotes, filho de Simão, o que havia de traí-lo, disse: 5 Por que não se vendeu este unguento por trezentos dinheiros e não se deu aos pobres? 6 Ora, ele disse isto, não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava.
Pv 3:32 — Porque o perverso é abominável ao Senhor, mas com os sinceros ele tem intimidade.

“[Judas] introduziria textos das Escrituras que não tinham relação com as verdades que Cristo estava apresentando. Esses trechos, separados do contexto original, confundiam os discípulos e aumentavam o desânimo que sempre os afligia. No entanto, Judas fazia tudo isso de maneira a parecer que estava sendo consciencioso.” — O Desejado de Todas as Nações, p. 719.

5B) Que promessa é frequentemente confirmada em nossa experiência religiosa, mesmo em casos como esse da crise na Galileia? Romanos 8:28.
Rm 8:28 — E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.

“Quando Jesus apresentou a verdade probante que levou tantos de Seus discípulos a se afastarem, Ele sabia qual seria o resultado de Suas palavras; porém, tinha um propósito de misericórdia a cumprir. Ele previa que na hora da tentação cada um de Seus amados discípulos seria severamente provado. Sua agonia no Getsêmani, Sua traição e morte na cruz, seriam para eles uma prova extremamente difícil. Se nenhum teste anterior ocorresse, muitos que eram motivados apenas por intenções egoístas teriam permanecido unidos a eles. Quando seu Senhor fosse condenado no tribunal; quando a multidão que O havia saudado como rei começasse a debochar dEle e O insultar; quando o povo zombador clamasse: ‘Crucifica-O!’; quando suas ambições terrenas se frustrassem, essas pessoas egoístas, caso renunciassem nesse momento à lealdade a Jesus, teriam causado aos discípulos uma amarga tristeza, somando-se à dor e à decepção pela ruína de suas mais caras esperanças. Naquela hora de escuridão, o exemplo daqueles que se afastaram dEle poderia ter arrastado outros. Mas Jesus provocou essa crise enquanto ainda podia fortalecer a fé de Seus verdadeiros seguidores com Sua presença pessoal.” — Ibidem, p. 394.

PARA VOCÊ REFLETIR | Sexta-feira, 11 de abril
1. Como devemos “comer a carne do Filho do homem e beber o Seu sangue”?
2. O que significa olhar para Jesus?
3. Por que algumas pessoas se ofenderam com as palavras de Cristo?
4. O que elas fizeram depois, e como isso serve de alerta para nós?
5. Descreva o estado espiritual de Judas depois disso, e o efeito que se seguiu.



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