“Mas Jesus disse a Pedro: Mete a tua espada na bainha; não beberei Eu o cálice que o Pai Me deu?” (João 18:11).
“O terrível momento chegou — o momento que decidiria o destino do mundo.” — O Desejado de Todas as Nações, p. 690.
Estudo adicional: Primeiros escritos, pp. 165-168.
Domingo, 14 de setembro | 1. UM MOMENTO SOLENE
1A) Para onde Jesus Se dirigiu com Seus discípulos assim que terminou Sua oração intercessória, e com que propósito? João 18:1; Mateus 26:36.
Jo 18:1 — TENDO Jesus dito isto, saiu com os seus discípulos para além do ribeiro de Cedrom, onde havia um horto, no qual ele entrou e seus discípulos.
Mt 26:36 — Então chegou Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani, e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto vou além orar.
1B) Ao apelar para que três discípulos O acompanhassem, que pedido o Senhor fez, e por quê? Marcos 14:33 e 34.
Mc 14:33 e 34 — E tomou consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, e começou a ter pavor, e a angustiar-se. 34 E disse-lhes: A minha alma está profundamente triste até a morte; ficai aqui, e vigiai.
“Era propósito [de Satanás] fazer com que a iniquidade atingisse proporções tão grande, que a expiação parecesse impossível, de modo que o Filho de Deus, que veio para salvar um mundo perdido, fosse esmagado sob o peso da maldição do pecado. A atuação do atento inimigo, ao apresentar a Cristo a plenitude da transgressão, causou uma dor tão profunda que Ele sentiu que não podia permanecer na presença de nenhum ser humano. Ele não suportava que nem mesmo Seus discípulos testemunhassem Sua agonia ao contemplar a desgraça do mundo. Até mesmo Seus amigos mais queridos não podiam estar em Sua companhia. A espada da justiça havia sido desembainhada, e a ira de Deus contra a iniquidade repousava sobre o substituto da humanidade — Jesus Cristo, o Unigênito do Pai.” — The SDA Bible Commentary [E. G. White Comments], vol. 5, pp. 1102 e 1103.
Segunda-feira, 15 de setembro | 2. PROFUNDA ANGÚSTIA
2A) Qual é a essência da primeira oração de Cristo no jardim do Getsêmani? Marcos 14:35 e 36.
Mc 14:35 e 36 — E, tendo ido um pouco mais adiante, prostrou-se em terra; e orou para que, se fosse possível, passasse dele aquela hora. 36 E disse: Aba, Pai, todas as coisas te são possíveis; afasta de mim este cálice; não seja, porém, o que eu quero, mas o que tu queres.
“Cristo agora Se encontrava em uma posição diferente de qualquer outra que já tivera. Seu sofrimento é mais bem descrito nas palavras do profeta: ‘Desperta, ó espada, contra o meu pastor, e contra o homem que é o meu companheiro, diz o Senhor dos Exércitos’ (Zacarias 13:7). Como substituto e fiador do ser humano perdido em pecados, Cristo estava sofrendo sob a justiça divina. Ele viu o que a justiça exigia. Até então, havia atuado como intercessor dos outros; agora, ansiava por alguém que intercedesse por Ele.
“Quando Cristo sentiu que Sua unidade com o Pai estava sendo rompida, temeu que, em Sua natureza humana, não fosse capaz de suportar o conflito iminente contra os poderes das trevas. No deserto da tentação, o destino da raça humana havia estado em risco. No entanto, Cristo havia saído como vencedor. Agora, o tentador voltava para o último e terrível confronto. Era para esse momento que ele vinha se preparando ao longo dos três anos do ministério de Cristo. Tudo estava em jogo para ele. Se fracassasse ali, sua esperança de domínio estaria perdida; os reinos do mundo finalmente pertenceriam a Cristo; desse modo, ele mesmo seria derrotado e expulso. No entanto, se houvesse uma forma de derrotar Cristo, a Terra se tornaria o reino de Satanás, e a raça humana estaria para sempre sob seu poder. Diante dos resultados desse enorme conflito, a alma de Cristo se encheu do medo da separação de Deus.” — O Desejado de Todas as Nações, pp. 686 e 687.
2B) etornando de Sua oração agonizante, em que estado Jesus encontrou os discípulos? Em seguida, que repreensão lhes deu? Marcos 14:37 e 38.
Mc 14:37 e 38 — E, chegando, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Simão, dormes? não podes vigiar uma hora? 38 Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.
“Levantando-Se com esforço doloroso, Jesus cambaleou até o lugar onde havia deixado Seus companheiros. Mas os ‘achou dormindo’. Se os tivesse encontrado em oração, teria sentido alívio. Se estivessem buscando refúgio em Deus para que as forças satânicas não os dominassem, Cristo teria sido consolado por sua fé inabalável. No entanto, eles não deram atenção à advertência repetida: ‘Vigiai e orai.’. A princípio, ficaram profundamente perturbados ao verem seu Mestre — quase sempre tão calmo e digno — lutando com uma dor além da compreensão. Eles oraram ao ouvirem as angustiadas súplicas do Sofredor. Não tinham intenção de abandoná-lO, mas pareciam paralisados por uma espécie de torpor, que poderiam ter vencido se tivessem continuado a clamar a Deus. Não perceberam o quanto era necessário vigiar e orar fervorosamente para resistirem à tentação.” — Ibidem, p. 688.
Terça-feira, 16 de setembro | 3. PROFUNDA ANGÚSTIA (CONTINUAÇÃO)
3A) Qual foi a segunda oração de Cristo, e o que os discípulos estavam fazendo durante a prece? Mateus 26:42 e 43. Que profecia então se cumpriu? Isaías 52:14.
Mt 26:42 e 43 — E, indo segunda vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade. 43 E, voltando, achou-os outra vez adormecidos; porque os seus olhos estavam pesados.
Is 52:14 — Como pasmaram muitos à vista dele, pois o seu parecer estava tão desfigurado, mais do que o de outro qualquer, e a sua figura mais do que a dos outros filhos dos homens.
“Pouco tempo antes, Jesus havia Se mantido firme como um poderoso cedro, resistindo à tempestade de oposição que descarregava sua fúria sobre Ele. Vontades obstinadas e corações cheios de malícia e astúcia haviam tentado, em vão, confundi-lO e vencê-lO. Ele havia Se erguido em majestade divina como o Filho de Deus. Agora, era como uma cana açoitada e dobrada pela tempestade furiosa. Aproximando-Se da conclusão de Sua obra, Ele avançava como um conquistador, tendo vencido, passo a passo, os poderes das trevas. Como alguém já glorificado, havia declarado Sua unidade com Deus. Ele havia elevado Seus louvores ao Céu com voz firme e inabalável. Falara aos discípulos com palavras de coragem e ternura. Mas agora havia chegado a hora do poder das trevas. Agora, Sua voz se ouvia no silêncio da noite — não em tom de triunfo, mas cheia de angústia humana.” — O Desejado de Todas as Nações, pp. 689 e 690.
3B) Como o Filho de Deus foi consolado durante aquela hora crítica? Lucas 22:43. Com que palavras Isaías profetizou acerca da angústia e da consolação de Cristo? Isaías 53:11.
Lc 22:43 E apareceu-lhe um anjo do céu, que o fortalecia.
Is 53:11 — Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si.
“Naquela hora terrível, quando tudo estava em jogo, quando o misterioso cálice tremia nas mãos do Sofredor, os Céus se abriram; uma luz brilhou em meio à escuridão tempestuosa daquele momento decisivo, e o poderoso anjo que está na presença de Deus, ocupando o lugar do qual Satanás caiu, veio ao encontro de Cristo. O anjo não veio para tirar o cálice das mãos de Jesus, mas para Lhe dar forças a fim de bebê-lo, dando-Lhe a certeza do amor do Pai. Ele veio para dar força ao suplicante divino-humano. Apontou para os céus abertos, falando-Lhe das almas que seriam salvas como resultado de Seus sofrimentos. Garantiu-Lhe que Seu Pai é maior e mais poderoso que Satanás, que Sua morte causaria a completa derrota do inimigo, e que o reino deste mundo seria entregue aos santos do Altíssimo. Disse-Lhe que Ele veria o trabalho de Sua alma e ficaria satisfeito, pois contemplaria uma multidão de seres humanos salvos, eternamente salvos.” — Ibidem, pp. 693 e 694.
Quarta-feira, 17 de setembro | 4. JESUS É PRESO
4A) Quem liderava o grupo que prendeu Jesus? João 18:2-5.
Jo 18:2-5 — Ora, Judas, o traidor, conhecia aquele lugar, porque Jesus muitas vezes se reunira ali com os seus discípulos. 3 Então Judas foi para o olival, levando consigo um destacamento de soldados e alguns guardas enviados pelos chefes dos sacerdotes e fariseus, levando tochas, lanternas e armas. 4 Jesus, sabendo tudo o que lhe ia acontecer, saiu e lhes perguntou: “A quem vocês estão procurando? “ 5 “A Jesus de Nazaré”, responderam eles. “Sou eu”, disse Jesus. ( E Judas, o traidor, estava com eles. ) [Nova Versão Internacional.]
4B) O que aconteceu com a multidão furiosa quando Jesus Se apresentou a eles? João 18:6.
Jo 18:6 — Quando, pois, lhes disse: Sou eu, recuaram, e caíram por terra.
“Nenhum traço de Sua recente agonia era visível quando Jesus avançou para encontrar Seu traidor. Colocando-Se à frente dos discípulos, perguntou: ‘A quem buscais?’ Eles responderam: ‘A Jesus de Nazaré’. Jesus disse: ‘Sou Eu’. Ao pronunciar essas palavras, o anjo que havia consolado a Jesus momentos antes posicionou-se entre Ele e a multidão. Uma luz divina iluminou o rosto do Salvador, e uma forma semelhante à de uma pomba O envolveu. Diante dessa glória celestial, a turba assassina não conseguiu permanecer em pé nem por um momento. Recuaram, perdendo o equilíbrio. Sacerdotes, anciãos, soldados, e até mesmo Judas, caíram ao chão como se estivessem mortos.
“O anjo se retirou, e a luz desapareceu. Jesus teve a oportunidade de escapar, mas permaneceu ali, calmo e sereno. Como alguém glorificado, permaneceu no meio daquele grupo endurecido, agora prostrado e impotente aos Seus pés. Os discípulos observavam em silêncio, tomados de espanto e reverência.” — O Desejado de Todas as Nações, p. 694.
4C) Como a traição de Judas afetou a multidão? Em seguida, como Pedro interpretou mal a mansidão de Jesus? João 18:7-10; Lucas 22:47-50.
Jo 18:7-10 — Novamente lhes perguntou: “A quem procuram? “ E eles disseram: “A Jesus de Nazaré”. 8 Respondeu Jesus: “Já lhes disse que sou eu. Se vocês estão me procurando, deixem ir embora estes homens”. 9 Isso aconteceu para que se cumprissem as palavras que ele dissera: “Não perdi nenhum dos que me deste”. 10 Simão Pedro, que trazia uma espada, tirou-a e feriu o servo do sumo sacerdote, decepando-lhe a orelha direita. ( O nome daquele servo era Malco.) [Nova Versão Internacional.]
Lc 22:47-50 — Enquanto ele ainda falava, apareceu uma multidão conduzida por Judas, um dos Doze. Este se aproximou de Jesus para saudá-lo com um beijo. 48 Mas Jesus lhe perguntou: “Judas, com um beijo você está traindo o Filho do homem? “ 49 Ao verem o que ia acontecer, os que estavam com Jesus lhe disseram: “Senhor, atacaremos com espadas? “ 50 E um deles feriu o servo do sumo sacerdote, decepando-lhe a orelha direita. [Nova Versão Internacional.]
“A multidão se tornou ousada ao ver Judas tocar Aquele que, momentos antes, havia sido glorificado diante dos seus olhos. Então agarraram Jesus e começaram a amarrar aquelas mãos preciosas que sempre haviam sido usadas para fazer o bem.
“Os discípulos haviam pensado que seu Mestre não permitiria que O prendessem. Afinal, o mesmo poder que havia feito a multidão cair como morta poderia tê-los mantido impotentes até que Jesus e Seus companheiros escapassem. Por isso, ficaram desapontados e indignados ao verem as cordas sendo trazidas para amarrar as mãos dAquele a quem amavam. Tomado de ira, Pedro impetuosamente puxou a espada e tentou defender seu Mestre, mas acabou apenas cortando a orelha do servo do sumo sacerdote.” — Ibidem, p. 696.
Quinta-feira, 18 de setembro | 5. PISANDO SOZINHO NO LAGAR
5A) Descreva o paciente amor manifestado por Jesus no momento de Sua prisão. Mateus 26:51-53; Lucas 22:50 e 51. Como o Céu viu isso?
Mt 26:51-53 — Um dos que estavam com Jesus, estendendo a mão, puxou a espada e feriu o servo do sumo sacerdote, decepando-lhe a orelha. 52 Disse-lhe Jesus: “Guarde a espada! Pois todos os que empunham a espada, pela espada morrerão. 53 Você acha que eu não posso pedir a meu Pai, e ele não colocaria imediatamente à minha disposição mais de doze legiões de anjos? [Nova Versão Internacional.]
Lc 22:50 e 51 — E um deles feriu o servo do sumo sacerdote, decepando-lhe a orelha direita. 51 Jesus, porém, respondeu: “Basta! “ E tocando na orelha do homem, ele o curou. [Nova Versão Internacional.]
“Quando viram a multidão armada com paus e espadas cair tão rapidamente, os discípulos começaram a alimentar esperança. Quando aquelas pessoas se levantaram e cercaram novamente o Filho de Deus, Pedro desembainhou a espada, feriu um servo do sumo sacerdote e lhe cortou a orelha. Jesus lhe ordenou que guardasse a espada, dizendo: ‘Pensas tu que não posso agora orar a Meu Pai, e que Ele não Me daria mais de doze legiões de anjos?’ Vi que, ao ouvirem essas palavras, o rosto dos anjos se iluminou com esperança. Eles queriam, naquele exato momento, cercar seu Comandante e afugentar aquela multidão furiosa. [...] Mas o coração dos discípulos afundou em desespero e amarga decepção ao verem que Jesus deixou que Seus inimigos O levassem.
“Com medo de perderem a vida, todos os discípulos O abandonaram e fugiram. Jesus ficou sozinho nas mãos daquela multidão assassina. Que triunfo de Satanás foi esse! E que tristeza profunda tomou os anjos de Deus! Muitos grupos de santos anjos, cada um liderado por um imponente anjo comandante, foram enviados para testemunhar a cena. Sua missão era registrar cada insulto e crueldade impostos ao Filho de Deus, bem como cada angústia que Ele sofreria; pois os próprios homens que participaram dessa terrível cena um dia a verão novamente, gravada em imagens vívidas.” — Primeiros escritos, pp. 167 e 168.
5B) O que todos os que afirmam ser crentes em Cristo devem aprender com a repreensão do Senhor a Pedro? João 18:11; 1 João 3:15.
Jo 18:11 — Mas Jesus disse a Pedro: Põe a tua espada na bainha; não beberei eu o cálice que o Pai me deu?
1Jo 3:15 — Qualquer que odeia a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele.
Sexta-feira, 19 de setembro | PARA VOCÊ REFLETIR
1. Que apelo de Cristo aos discípulos é especialmente válido para mim?
2. Como a experiência do Senhor no Getsêmani deve me afetar?
3. Como posso evitar o tipo de reação que Pedro demonstrou durante a prisão de Jesus?
4. Qual era a principal causa da angústia de Cristo?
5. Como a multidão reagiu ao ver a glória dos anjos?