Pela fé Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus, do que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado (Hebreus 11:24 e 25, Almeida, Corrigida, Fiel ao Texto Original).
A força de Moisés residia em sua ligação com a Fonte de todo poder, o Senhor Deus dos Exércitos. Ele se ergue muito acima de qualquer atração mundana e se entrega totalmente a Deus. Considerava a si mesmo como propriedade do Senhor. — The SDA Bible Commentary [E. G. White Comments], vol. 1, p. 1098.
Estudo adicional: Patriarcas e profetas, pp. 241-251 (capítulo 22: “Moisés”).
Domingo, 29 de dezembro - 1. SATANÁS TENTA DESTRUIR O PROPÓSITO DE DEUS
1A) Morando na terra do Egito, como os filhos de Israel estavam rapidamente se tornando um povo numeroso? Temendo que um dia se voltassem contra ele, o que Faraó propôs? Êxodo 1:15-17 e 22.
Ex 1:15-17 e 22 — O rei do Egito falou às parteiras das hebreias, das quais uma se chamava Sifrá e a outra Puá: 16 Quando ajudardes as hebreias no parto, e as virdes sobre os assentos, se for menino, matai-o; mas, se for menina, poderá viver. 17 As parteiras, porém, temeram a Deus e não fizeram como o rei do Egito lhes havia ordenado, mas deixaram os meninos com vida. [...] 22 Então o Faraó ordenou a todo o seu povo: Lançai no rio todos os meninos que nascerem, mas deixai viver todas as meninas.
O rei e seus conselheiros tiveram a esperança de subjugar os israelitas com trabalho pesado, e assim diminuir seu número e destruir seu espírito independente. Fracassando em realizar seu propósito, recorreram a medidas mais cruéis. Às mulheres cuja função lhes dava oportunidade de executar o decreto, expediram-se ordens para matarem os meninos hebreus assim que nascessem. Satanás inspirou isso. Ele sabia do surgimento de um libertador entre os israelitas, e ao levar o rei a assassinar os meninos, esperava frustrar o propósito divino. As mulheres, porém, temiam a Deus, e não tiveram coragem de executar o cruel decreto. O Senhor aprovou o procedimento delas, e as fez prosperar. O rei, irado pelo fracasso de seu plano, tornou a ordem mais urgente e ampla. — Patriarcas e profetas, p. 242.
Segunda-feira, 30 de dezembro - 2. PREPARANDO UM LÍDER
2A) Qual era a herança de Moisés? Êxodo 2:1; Êxodo 6:20.
Ex 2:1 — Um homem da linhagem de Levi casou-se com uma descendente de Levi.
Ex 6:20 — Anrão tomou por mulher sua tia Joquebede, e ela deu à luz Arão e Moisés. A vida de Anrão foi de cento e trinta e sete anos.
[Êxodo 1:22 é citado aqui.] Enquanto o decreto estava em pleno vigor, Anrão e Joquebede, israelitas devotos da tribo de Levi, tiveram um filho. O bebê era um menino “bonito” (Êxodo 2:2), e os pais, crendo que o tempo do livramento de Israel estava se aproximando, e que Deus providenciaria um libertador para Seu povo, decidiram que seu filhinho não seria sacrificado. — Patriarcas e profetas, pp. 242 e 243.
2B) O que a mãe de Moisés fez para salvar a vida do filho? Êxodo 2:2-4.
Ex 2:2-4 — A mulher engravidou e deu à luz um filho. Vendo que era bonito, escondeu-o durante três meses. 3 Não podendo, porém, escondê-lo por mais tempo, pegou um cesto de junco e revestiu-o de betume e piche; então, pondo nele o menino, colocou-o entre os juncos à margem do rio. 4 E a irmã do menino ficou de longe, para ver o que lhe aconteceria.
2C) Como Jeová arruinou o plano satânico que visava destruir o libertador indicado por Deus? Êxodo 2:5-10. O que podemos aprender do modo como a mãe de Moisés cumpriu sua sagrada responsabilidade de prepará-lo para Deus?
Ex 2:5-10 — A filha do Faraó desceu para banhar-se no rio. Enquanto isso, suas criadas passeavam à beira do rio. Vendo o cesto no meio dos juncos, mandou uma criada buscá-lo. 6 Ao abrir o cesto, viu a criança, que estava chorando, e teve compaixão dela. E disse: Este é um dos filhos dos hebreus. 7 Então a irmã do menino perguntou à filha do Faraó: Queres que eu vá chamar uma ama dentre as hebreias, para que crie esse menino para ti? 8 A filha do Faraó lhe respondeu: Vai. A moça foi e chamou a mãe do menino. 9 E a filha do Faraó lhe disse: Leva este menino e cria-o para mim; eu te pagarei. E a mulher levou o menino e o criou. 10 Quando o menino já era grande, ela o levou à filha do Faraó, que o adotou e lhe deu o nome de Moisés, dizendo: Porque o tirei das águas.
Deus tinha ouvido as orações da mãe; sua fé havia sido recompensada. Com profunda gratidão, ela deu início à sua tarefa, agora sem perigos e feliz. Fielmente aproveitou a oportunidade de educar seu filho para Deus. Tinha confiança de que ele havia sido preservado para alguma grande obra, e sabia que logo deveria ser entregue à princesa para ser cercado de influências que tenderiam a desviá-lo de Deus. Tudo isso a tornava mais dedicada e cuidadosa com a instrução dele do que com a dos demais filhos. Esforçou-se por cercar a mente dele com o temor de Deus e com o amor à verdade e à justiça, e orava com todo o fervor para que ele pudesse escapar de toda corrupta influência. Mostrou-lhe a loucura e o pecado da idolatria, e cedo o ensinou a curvar-se e a orar ao Deus vivo, o Único que poderia ouvi-lo e auxiliá-lo em cada emergência. [...]
Ele não se esquecia das lições aprendidas ao lado da mãe. Eram uma proteção contra o orgulho, a incredulidade e o vício que cresciam por entre os esplendores da corte. — Ibidem, pp. 243 e 244.
Toda criança nascida na família é uma sagrada incumbência. Deus diz aos pais: “Tome esta criança e eduque-a para Mim, para que seja uma honra ao Meu nome e um conduto pelo qual Minhas bênçãos possam fluir ao mundo”. — Conselhos aos professores, pais e estudantes, p. 145.
Terça-feira, 31 de dezembro - 3. UMA EDUCAÇÃO EGÍPCIA
3A) Após o ensino inicial no lar, em que consistiu a segunda fase da educação de Moisés? Atos 7:22. Por que você acha que Deus o colocou no palácio de Faraó?
At 7:22 — Assim, Moisés foi instruído em toda a sabedoria dos egípcios e era poderoso em palavras e obras.
Do humilde lar em Gósen, o filho de Joquebede passou ao palácio dos Faraós, à princesa egípcia, e por ela veio a ser bem aceito como filho amado e querido. Nas escolas do Egito, Moisés recebeu o mais alto preparo civil e militar. Dotado de grandes atrativos pessoais, de aparência e estatura nobres, de mente culta e porte principesco, e famoso como líder militar, tornou-se o orgulho da nação. O rei do Egito também era membro do sacerdócio; e Moisés, mesmo se recusando a participar do culto idólatra, foi iniciado em todos os mistérios da religião egípcia. — Educação, p. 62.
3B) Por causa da fiel educação inicial de seus pais, que escolha Moisés foi levado a fazer mais tarde em sua vida? Hebreus 11:24-26.
Hb 11:24-26 — Pela fé, Moisés, já adulto, recusou ser chamado filho da filha do Faraó, 25 escolhendo, pelo contrário, ser maltratado com o povo de Deus em vez de experimentar por algum tempo os prazeres do pecado. 26 Ele considerou a afronta de Cristo como uma riqueza maior do que os tesouros do Egito, pois tinha em vista a recompensa.
Moisés estava em condições de ter preeminência entre os maiores da Terra, de brilhar nas cortes do mais glorioso dos reinos e empunhar o cetro do poder. Sua grandeza intelectual o coloca acima dos grandes homens de todos os tempos. Como historiador, poeta, filósofo, general de exércitos e legislador, não tem par. Porém, com o mundo diante de si, teve a força moral para recusar as lisonjeiras perspectivas da riqueza, grandeza e fama, “escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus do que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado” (Hebreus 11:25).
Moisés havia sido instruído com relação à recompensa final a ser dada aos humildes e obedientes servos de Deus, e as vantagens mundanas caíram na insignificância que lhes é própria em comparação com aquela recompensa. O palácio luxuoso de Faraó e seu trono foram apresentados como um incentivo a Moisés; contudo, ele sabia que os prazeres pecaminosos que levam os homens a se esquecerem de Deus estavam nos palácios reais. Ele olhava além da magnífica corte, além da coroa real, para as altas honras que serão concedidas aos santos do Altíssimo, num reino incontaminado pelo pecado. Via pela fé uma coroa incorruptível que o Rei do Céu colocaria sobre a fronte do vencedor. Essa fé o levou a se desviar dos nobres da Terra e se unir à nação humilde, pobre e desprezada que tinha escolhido obedecer a Deus, de preferência a servir ao pecado. — Patriarcas e profetas, p. 246.
Quarta-feira, 1º de janeiro - 4. DE PRÍNCIPE A PASTOR
4A) Quando Moisés tentou executar por conta própria o plano divino para Israel, quais foram os resultados? Êxodo 2:11-15; Atos 7:23-29.
Ex 2:11-15 — Aconteceu naqueles dias que, sendo Moisés já homem, saiu ao encontro de seus irmãos e viu o sofrimento deles; e viu um egípcio agredindo um hebreu, um de seus irmãos. 12 Olhou, então, para um lado e para outro e, vendo que não havia ninguém ali, matou o egípcio e escondeu-o na areia. 13 No dia seguinte, saiu de novo e viu dois hebreus brigando; e perguntou ao agressor: Por que maltratas o teu próximo? 14 Ele respondeu: Quem te constituiu líder e juiz sobre nós? Queres matar-me, como mataste o egípcio? Então Moisés ficou com medo e disse: Certamente já descobriram o que aconteceu. 15 Quando o Faraó soube disso, procurou matar Moisés. Mas ele fugiu do Faraó e foi habitar na terra de Midiã; e lá se sentou junto a um poço.
At 7:23-29 — Quando completou quarenta anos, desejou visitar seus irmãos, os israelitas. 24 E vendo um deles sofrer injustamente, defendeu-o e vingou o oprimido, matando o egípcio. 25 Ele pensava que seus irmãos entenderiam que por meio dele Deus lhes daria a liberdade; mas eles não entenderam. 26 No dia seguinte, aproximou-se de alguns deles quando brigavam, e quis pacificá-los, dizendo: Homens, sois irmãos; por que maltratais um ao outro? 27 Mas o que feria o seu próximo o empurrou, dizendo: Quem te nomeou líder e juiz sobre nós? 28 Por acaso queres matar-me, como ontem mataste o egípcio? 29 Diante dessa palavra, Moisés fugiu e tornou-se peregrino na terra de Midiã, onde gerou dois filhos.
Moisés tinha entendido que sua educação na sabedoria do Egito o capacitava totalmente a libertar Israel do cativeiro. Não era ele formado em todas as coisas necessárias a um general de exército? Não havia tido as vantagens das melhores escolas da Terra? Sim, ele se achava capaz de libertar seu povo. Deu início à obra tentando conquistar o favor deles corrigindo as injustiças que sofriam. Matou um egípcio que oprimia um israelita. Com isso, manifestou o espírito daquele que foi homicida desde o princípio, revelando-se incapaz de representar o Deus de misericórdia, amor e ternura.
Moisés fracassou totalmente em sua primeira tentativa; e, como muitos outros, perdeu de imediato a confiança em Deus, dando as costas à obra que lhe tinha sido indicada. Fugiu da ira de Faraó. Concluiu que, devido a seu grande pecado em matar o egípcio, Deus não lhe concederia qualquer participação na obra de libertar seu povo do cruel cativeiro. Mas o Senhor permitiu essas coisas a fim de ensinar Moisés a ter a brandura, a bondade e a longanimidade necessárias a todo obreiro do Mestre, para então ser bem-sucedido em Sua causa. — Conselhos aos professores, pais e estudantes, p. 407.
Deus não queria libertar Seu povo pela guerra, como Moisés pensava, mas pelo Seu próprio grande poder, para que a glória fosse atribuída unicamente a Ele. No entanto, mesmo esse ato precipitado foi conduzido por Deus para o objetivo de cumprir Seus propósitos. Moisés não estava pronto para sua grande obra. Ainda precisava aprender a mesma lição de fé que havia sido ensinada a Abraão e Jacó — a de não confiar na força e sabedoria humanas, mas no poder de Deus, para o cumprimento de Suas promessas. — Patriarcas e profetas, p. 247.
4B) Como Moisés encontrou um lar na terra de Midiã, e quem eram as pessoas que se tornaram sua nova família? Êxodo 2:16-22; Êxodo 18:2-4.
Ex 2:16-22 — O sacerdote de Midiã tinha sete filhas. Elas vieram tirar água e encheram os bebedouros para dar de beber ao rebanho de seu pai. 17 Mas os pastores vieram e as expulsaram dali. Moisés, porém, levantou-se, defendeu-as e deu de beber ao rebanho delas. 18 Quando elas voltaram a Reuel, seu pai, este lhes perguntou: Por que voltastes tão cedo hoje? 19 Elas responderam: Um egípcio nos livrou dos pastores; e ainda tirou água para nós e deu de beber ao rebanho. 20 E ele perguntou às filhas: Onde está ele? Por que deixastes o homem lá? Chamai-o para comer. 21 Moisés concordou em morar com aquele homem, e este lhe deu sua filha Zípora em casamento. 22 E ela deu à luz um filho, a quem ele deu o nome de Gérson, porque disse: Sou peregrino em terra estrangeira.
Ex 18:2-4 — E aconteceu que Jetro, sogro de Moisés, havia acolhido Zípora, mulher de Moisés, quando este a havia enviado 3 com seus dois filhos, dos quais um se chamava Gérson, porque Moisés dissera: Fui peregrino em terra estrangeira; 4 e o outro se chamava Eliézer, porque Moisés dissera: O Deus de meu pai foi o meu auxílio e me livrou da espada do Faraó.
4C) Qual era a ocupação de Moisés na terra dos midianitas? Êxodo 3:1.
Ex 3:1 — Moisés estava cuidando do rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote de Midiã, e levou o rebanho para o lado oposto do deserto, chegando ao Horebe, o monte de Deus.
Quinta-feira, 2 de janeiro - 5. FORMAÇÃO NA ESCOLA DO SOFRIMENTO
5A) Mais tarde, o que foi dito a respeito de Moisés, demonstrando a grande mudança operada pelos anos de educação no deserto? Números 12:3. Que lições ele aprendeu no deserto?
Nm 12:3 — Moisés era um homem muito humilde, mais do que todos os homens que havia sobre a Terra.
A educação recebida por Moisés como neto do rei foi completa. Não se negligenciou nada que pudesse torná-lo alguém sábio segundo a ideia que os egípcios tinham acerca da sabedoria. Essa formação serviu de auxílio para ele em muitos sentidos; mas a parte mais valiosa de seu preparo para a obra de sua vida foi alcançada durante seu trabalho como pastor. Enquanto guiava seus rebanhos através da aridez das montanhas e dos pastos verdejantes dos vales, o Deus da Natureza ensinou-lhe a sabedoria mais elevada e grandiosa. Na escola da natureza, tendo o próprio Cristo como professor, contemplou e aprendeu lições de humildade, mansidão, fé e confiança, e de um sistema simples de vida, tudo isso servindo para ligar sua alma mais firmemente a Deus. Na solidão das montanhas, aprendeu aquilo que todo o ensino do palácio real não conseguiu lhe transmitir — simples e inabalável fé e constante confiança no Senhor. — Fundamentos da educação cristã, p. 342.
Na escola do altruísmo e das dificuldades, ele devia aprender a se tornar paciente e a moderar suas paixões. Antes que pudesse ser um sábio governante, devia ser ensinado a obedecer. Seu coração devia estar em completa harmonia com Deus antes que pudesse transmitir o conhecimento da vontade divina a Israel. Pela sua própria experiência devia estar pronto a exercer um paternal cuidado sobre todos os que precisassem de sua ajuda. — Patriarcas e profetas, p. 247.
Sexta-feira, 3 de janeiro - PARA VOCÊ REFLETIR
1. Como Satanás sabia que um libertador seria levantado dentre os israelitas? E o que ele fez para tentar impedir isso?
2. Como a mãe de Moisés, a respeito de quem tinha por certo que lhe fora reservado um grande destino, preparou a criança? Para que propósito as crianças deveriam ser educadas hoje?
3. O que levou Moisés a escolher a pobreza ao invés dos ganhos mundanos?
4. Por que Moisés precisou ser reeducado no deserto?
5. O que Moisés aprendeu durante os anos em que foi pastor? O que podemos aprender com as provações que enfrentamos em nossa própria vida?