LIÇÃO 2

Judas Iscariotes

4º trimestre de 2025
Sábado, 11 de Outubro de 2025
“Respondeu-lhes Jesus: Não vos escolhi a vós os doze? E um de vós é um diabo. E falava de Judas Iscariotes, filho de Simão; porque era este quem O havia de trair, sendo um dos doze” (João 6:70 e 71).
“Embora [Judas] tenha aceitado o cargo de ministro de Cristo, não se entregou para receber o molde divino. Sentia que podia manter seu próprio modo de pensar e opiniões, e nutria uma mentalidade crítica e acusadora.” — O Desejado de Todas as Nações, p. 717.
Estudo adicional: O Desejado de Todas as Nações, pp. 716-722 (capítulo 76: “Judas”).

Domingo, 5 de outubro | 1. PRIMEIRO CONTATO
1A) Como Judas conheceu Jesus no início de Seu ministério, e o que o atraiu ao Mestre? Mateus 8:19.
Mt 8:19 — E, aproximando-se dele um escriba, disse-lhe: Mestre, aonde quer que fores, eu te seguirei.

“Enquanto Jesus preparava os discípulos para a ordenação, um que não tinha sido chamado insistiu em ser incluído no grupo. Era Judas Iscariotes, um homem que afirmava ser seguidor de Cristo. Apresentou-se naquele momento, buscando um lugar no círculo íntimo dos discípulos.” — O Desejado de Todas as Nações, p. 293.
“Judas juntou-se aos discípulos quando multidões seguiam a Cristo. Os ensinos do Salvador tocavam o coração das pessoas enquanto ouviam encantadas Suas palavras — na sinagoga, à beira-mar, no monte. Judas viu os doentes, os deficientes físicos e os cegos virem a Jesus das cidades e povoados. Viu pessoas em fase terminal serem colocadas a Seus pés. Presenciou os poderosos milagres do Salvador curando os enfermos, expulsando demônios e ressuscitando os mortos. Ele mesmo sentiu a evidência do poder de Cristo. Reconheceu que os ensinos de Jesus superavam tudo o que já tinha ouvido. Amava o Grande Mestre e queria estar com Ele. Sentia o desejo de que seu caráter e vida se transformassem, e esperava alcançar isso por meio de sua ligação com Jesus.” — Ibidem, pp. 716 e 717.

Segunda-feira, 6 de outubro | 2. ACEITO NO APOSTOLADO
2A) Como Jesus reagiu à proposta de Judas de fazer parte dos doze, e qual foi a reação dos demais discípulos? Mateus 8:20.
Mt 8:20 — E disse Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.

“Judas cria que Jesus era o Messias; e, ao juntar-se aos apóstolos, esperava garantir uma posição elevada no novo reino. Contudo, Jesus quis desfazer essa esperança ao declarar Sua própria pobreza.
“Os discípulos estavam ansiosos para que Judas se tornasse um dos seus. Ele tinha aparência imponente, era um homem de discernimento aguçado e habilidade administrativa, e o recomendaram a Jesus como alguém que poderia ser de grande ajuda em Sua obra. Ficaram surpresos ao ver que Jesus o recebeu com tanta frieza.
“Os discípulos haviam se decepcionado bastante com o fato de Jesus não procurar a cooperação dos líderes de Israel. Sentiam que era um erro não fortalecer Sua causa buscando o apoio desses homens influentes. Se o Mestre tivesse afastado Judas, eles teriam questionado, em seu íntimo, a sabedoria do Mestre. A história futura de Judas lhes mostraria o perigo de permitir que avaliações seculares influenciassem a escolha de pessoas para a obra de Deus. A ajuda de tais pessoas, como as que os discípulos desejavam atrair, teria entregado a obra nas mãos dos piores inimigos.” — O Desejado de Todas as Nações, p. 294.

2B) O que está registrado sobre Judas como apóstolo? Mateus 10:2-4; João 6:64.
Mt 10:2-4 — Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: O primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; 3 Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Lebeu, apelidado Tadeu; 4 Simão, o Cananita, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu.
Jo 6:64 — Mas há alguns de vós que não creem. Porque bem sabia Jesus, desde o princípio, quem eram os que não criam, e quem era o que o havia de entregar.

“O Salvador não rejeitou Judas. Deu-lhe um lugar entre os doze. Confiou-lhe a obra de evangelista. Concedeu-lhe poder para curar os enfermos e expulsar demônios. Mas Judas não chegou ao ponto de se entregar totalmente a Cristo. Não abandonou sua ambição materialista nem seu amor ao dinheiro. Embora tenha aceitado o cargo de ministro de Cristo, não se entregou para receber o molde divino. Sentia que podia manter seu próprio modo de pensar e opiniões, e nutria uma mentalidade crítica e acusadora.” — Ibidem, p. 717.

2C) Como a traição havia sido profetizada? João 6:70 e 71; João 13:9 e 10; Salmos 41:9.
Jo 6:70 e 71 — Respondeu-lhe Jesus: Não vos escolhi a vós os doze? e um de vós é um diabo.71 E isto dizia ele de Judas Iscariotes, filho de Simão; porque este o havia de entregar, sendo um dos doze.
Jo 13:9 e 10 — Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, não só os meus pés, mas também as mãos e a cabeça. 10 Disse-lhe Jesus: Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora vós estais limpos, mas não todos.
Sl 41:9 — Até o meu próprio amigo íntimo, em quem eu tanto confiava, que comia do meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar.

Terça-feira, 7 de outubro | 3. A COMPLEXIDADE DO CARÁTER
3A) Descreva a diferença entre a imagem que os discípulos tinham de Judas e seus verdadeiros motivos e caráter. João 12:6.
Jo 12:6 — Ora, ele disse isto, não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava.

“Os discípulos estimavam muito a Judas, o qual exercia grande influência sobre eles. Esse discípulo tinha uma alta opinião de suas próprias qualidades e considerava seus companheiros bastante inferiores a ele em intuição e capacidade. Achava que eles não percebiam as oportunidades nem aproveitavam as circunstâncias. Segundo ele, a igreja jamais prosperaria com líderes tão limitados. Pedro era impulsivo e agia sem refletir. João, que valorizava profundamente as verdades dos lábios de Cristo, era, segundo Judas, um péssimo administrador. Mateus, cuja formação lhe havia ensinado a ser exato em todas as coisas, era muito rigoroso com a honestidade, e estava sempre concentrado nas palavras de Cristo, envolvendo-se tanto com elas que, na opinião de Judas, não se podia confiar nele para fazer negócios perspicazes e com visão de futuro. Assim, Judas julgava todos os discípulos e se iludia com a ideia de que a igreja enfrentaria muitos problemas e dificuldades se não fosse por sua habilidade como gestor. Considerava-se o único competente, insuperável. Aos seus próprios olhos, ele era uma honra para a causa — e assim se apresentava aos outros. [...]
“Os pequenos valores que lhe chegavam às mãos eram uma tentação constante. Muitas vezes, ao prestar algum serviço a Cristo ou dedicar tempo para fins religiosos, retirava parte dessa escassa quantia como pagamento para si. Conforme sua opinião, essas desculpas justificavam sua atitude; mas, aos olhos de Deus, não passava de um ladrão.” — O Desejado de Todas as Nações, p. 717.

3B) Em que ocasião o caráter de Judas se manifestou publicamente? Como Jesus procurava ajudá-lo? João 12:3-5; Mateus 26:14-16.
Jo 12:3-5 — Então Maria, tomando um arrátel de unguento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de Jesus, e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do unguento. 4 Então, um dos seus discípulos, Judas Iscariotes, filho de Simão, o que havia de traí-lo, disse: 5 Por que não se vendeu este unguento por trezentos dinheiros e não se deu aos pobres?
Mt 26:14-16 — Então um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes, 15 E disse: Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E eles lhe pesaram trinta moedas de prata. 16 E desde então buscava oportunidade para o entregar.

“Judas estava cego para sua própria fraqueza de caráter, e Cristo o colocou em uma posição onde teria oportunidade de enxergar e corrigir isso. Como tesoureiro dos discípulos, recebeu o encargo de suprir as necessidades do pequeno grupo e socorrer os pobres. [...] Ao servir os outros, Judas poderia ter desenvolvido uma mentalidade altruísta. Mas, mesmo ouvindo diariamente os ensinos de Cristo e testemunhando Sua vida desapegada, Judas cedia à sua própria natureza gananciosa.” — Idem.

Quarta-feira, 8 de outubro | 4. A OBRA DE CRISTO EM FAVOR DE JUDAS
4A) Como Cristo procurou apelar ao apóstolo ganancioso? João 12:7 e 8.
Jo 12:7 e 8 — Disse, pois, Jesus: Deixai-a; para o dia da minha sepultura guardou isto; 8 Porque os pobres sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes.

“O Salvador conhecia o coração de Judas e sabia a que profundidade ele poderia descer no pecado, caso não fosse transformado pela graça de Deus. Ao ligar esse homem a Si, colocou-o em contato diário com a manifestação de Seu amor abnegado. Se ele abrisse o coração a Cristo, a graça divina expulsaria a natureza egoísta, e até mesmo Judas poderia se tornar súdito do reino de Deus.
“Deus acolhe as pessoas como são, com todas as marcas humanas de caráter, e as prepara para Seu serviço — desde que estejam dispostas a serem disciplinadas e a aprenderem dEle. O Mestre não as escolhe por serem perfeitas; pelo contrário, é justamente por causa de suas imperfeições que as chama, para que, pelo conhecimento e prática da verdade, e pela graça de Cristo, sejam transformadas à Sua imagem.
“Judas teve as mesmas oportunidades que os outros discípulos. Ouviu as mesmas lições preciosas. Mas a prática da verdade, que Cristo exigia, contrariava os desejos e propósitos de Judas — e ele se recusou a renunciar às suas ideias para receber a sabedoria do Céu.” — O Desejado de Todas as Nações, pp. 294 e 295.

4B) Descreva o caráter pastoral que nosso Bom Pastor demonstrou para com Judas. Salmos 77:9; Salmos 86:15.
Sl 77:9 — Esqueceu-se Deus de ter misericórdia? Ou encerrou ele as suas misericórdias na sua ira?
Sl 86:15 — Porém tu, Senhor, és um Deus cheio de compaixão, e piedoso, sofredor, e grande em benignidade e em verdade.

“Com quanta ternura o Salvador tratou aquele que O trairia! Em Seus ensinamentos, Jesus abordava princípios de generosidade que feriam diretamente a raiz da cobiça. Ele mostrava a Judas como a ganância era terrível, e muitas vezes o discípulo percebia que seu próprio pecado estava sendo exposto; mesmo assim, não confessava nem deixava sua injustiça. Judas era autossuficiente e, ao invés de resistir à tentação, continuava com seus hábitos desonestos. Cristo era para ele um exemplo vivo do que deveria se tornar para receber as bênçãos do ministério divino, mas, com frequência, Suas lições não eram ouvidas.
“Jesus não o repreendia duramente por ser ganancioso, mas, com paciência divina, suportava esse homem errante — mesmo enquanto dava provas ao discípulo de que lia seu coração como um livro aberto. Apresentava-lhe os mais elevados motivos para fazer o bem; e, ao rejeitar a luz do Céu, Judas ficaria sem desculpa.” — Ibidem, p. 295.

Quinta-feira, 9 de outubro | 5. O ATO FINAL
5A) Quando Jesus fez Seu último esforço em favor de Judas? Na sequência, o que o infeliz apóstolo finalmente fez? João 13:1-5, 10-14; João 18:2-5.
Jo 13:1-5 — ORA, antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que já era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, como havia amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim. 2 E, acabada a ceia, tendo já o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que o traísse, 3 Jesus, sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído de Deus e ia para Deus, 4 Levantou-se da ceia, tirou as vestes, e, tomando uma toalha, cingiu-se. 5 Depois deitou água numa bacia, e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido. [...] 10 Disse-lhe Jesus: Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora vós estais limpos, mas não todos. 11 Porque bem sabia ele quem o havia de trair; por isso disse: Nem todos estais limpos. 12 Depois que lhes lavou os pés, e tomou as suas vestes, e se assentou outra vez à mesa, disse-lhes: Entendeis o que vos tenho feito? 13 Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. 14 Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros.
Jo 18:2-5 — E Judas, que o traía, também conhecia aquele lugar, porque Jesus muitas vezes se ajuntava ali com os seus discípulos. 3 Tendo, pois, Judas recebido a coorte e oficiais dos principais sacerdotes e fariseus, veio para ali com lanternas, e archotes e armas. 4 Sabendo, pois, Jesus todas as coisas que sobre ele haviam de vir, adiantou-se, e disse-lhes: A quem buscais? 5 Responderam-lhe: A Jesus Nazareno. Disse-lhes Jesus: Sou eu. E Judas, que o traía, estava com eles.

“Quando a multidão entrou no jardim, [Judas] vinha à frente, seguido de perto pelo sumo sacerdote. [...] Aproximando-se de Jesus, tomou-Lhe a mão, agindo como um velho amigo. Com as palavras: ‘Salve, Mestre’, beijou-O repetidas vezes e parecia chorar, como se estivesse condoído por vê-lO em perigo.
“Jesus lhe disse: ‘Amigo, a que vieste?’. Sua voz tremia de tristeza ao acrescentar: ‘Judas, com um beijo trais o Filho do homem?’. Esse apelo deveria ter despertado a consciência do traidor e tocado seu coração endurecido; mas a honra, a fidelidade e a ternura humana o haviam abandonado.” — O Desejado de Todas as Nações, pp. 695 e 696.

5B) Descreva o fim trágico de Judas. Mateus 27:3-10.
Mt 27:3-10 — Então Judas, o que o traíra, vendo que fora condenado, trouxe, arrependido, as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos, 4 Dizendo: Pequei, traindo o sangue inocente. Eles, porém, disseram: Que nos importa? Isso é contigo. 5 E ele, atirando para o templo as moedas de prata, retirou-se e foi-se enforcar. 6 E os príncipes dos sacerdotes, tomando as moedas de prata, disseram: Não é lícito colocá-las no cofre das ofertas, porque são preço de sangue. 7 E, tendo deliberado em conselho, compraram com elas o campo de um oleiro, para sepultura dos estrangeiros. 8 Por isso foi chamado aquele campo, até ao dia de hoje, Campo de Sangue. 9 Então se realizou o que vaticinara o profeta Jeremias: Tomaram as trinta moedas de prata, preço do que foi avaliado, que certos filhos de Israel avaliaram, 10 E deram-nas pelo campo do oleiro, segundo o que o Senhor me determinou.

“Correndo até o tribunal, [Judas] jogou diante do sumo sacerdote as moedas de prata — preço da traição a seu Senhor. Em seguida, agarrou-se desesperadamente à túnica de Caifás e suplicou-lhe que libertasse Jesus, declarando que Ele não tinha feito nada digno de morte. [...]
“Mais tarde naquele mesmo dia, no caminho do tribunal de Pilatos até o Calvário, houve uma pausa nos gritos e zombarias da multidão perversa que acompanhava Jesus ao local da crucifixão. Ao passarem por um lugar isolado, viram, ao pé de uma árvore seca, o corpo de Judas. Era uma cena horrível. Seu peso havia rompido a corda com a qual havia se enforcado. Ao cair, seu corpo se partiu de um modo terrível, e cães agora o devoravam.” — Ibidem, pp. 721 e 722.

Sexta-feira, 10 de outubro | PARA VOCÊ REFLETIR
1. Como a fraqueza interior de Judas serve de advertência para mim?
2. Que perigo acumulado posso enfrentar se endurecer meu coração tal como ele fez?
3. Como posso valorizar os apelos sinceros de Cristo por minha alma?
4. Que motivação levou Judas a buscar um lugar entre os doze?
5. Quais foram as maiores fraquezas de Judas?



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